16/03/2015

Resenha #10 - Triste fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto

Este livro do Lima Barreto está entre os clássicos, necessários para leituras acadêmicas. Descreve um Brasil no início da República, segundo presidente: Floriano Peixoto, com riqueza de detalhes e um encanto do português culto de época, usa-se “cousa” ao invés de “coisa”, citando um exemplo. Um descrever musical e encadeado com a trama, num fluxo crescente de fatos.

Interessante mergulhar na alma ingênua de Quaresma, porém determinada e culta. Alma que contrasta com as tramóias da elite que o cerca e o manipula. Um nacionalismo lírico e poético que nos convida ao resgate do patriotismo romântico, além da fé no país. Outra coisa que fica evidente é o fato de Lima Barreto soltar “spoiler” no próprio título, mesmo assim conduzir o leitor para uma viagem no tempo, criando expectativas e reações de espanto, por vezes, numa maestria admirável. 

As citações de movimentos sociais da época são de fatos verídicos, os preconceitos e machismo também correspondem, apesar da construção sútil das personagens femininas, Olga, Ismênia e Adelaide as figuras masculinas são o epicentro da trama. Não podemos dizer um ‘falocentrismo’, talvez uma tendência do contexto histórico, refletida no gênero e classificação literária: Pós-modernismo.

Outra sutileza, e importante, é o amor pela música brasileira. Quaresma de alma altruísta incentiva e dá espaço para Ricardo Coração dos Outros (músico popular e modista, violeiro), podemos entender o alcance universal da música/melodia como a voz da alma/coração. 

Boa leitura,

Resenha > Sandra Pinho.

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