Lembra quando resolvi fazer um blog e colocar nele tudo o
que eu gostava, lembro-me que você me deu todo o apoio que uma pessoa poderia
dar para outra, lembro que saiu anunciando para seus amigos e amigas que eu
agora era escritora, nem eu, que era quem deveria, fiquei tão entusiasmada
quanto você.
Lembro-me de ter escrito sobre você, sobre nós, afinal eu
não gostava de você, eu simplesmente te amava, foram alguns textos, algumas
fotos, alguns fatos, mas quando você fez a escolha de ir embora eu te disse que
havia excluído tudo, desistido de tudo, principalmente daquilo que me fizesse
lembrar de você, pura mentira, continua tudo ali, só não mais acessível para
todo mundo, inclusive para você.
Hoje resolvi abrir e reler alguns textos, foi como traçar a
nossa trajetória do começo ao nosso fim, está ali, escrito, registrado com
datas e horas o quanto eu te amava, o quanto eu chorei e o quanto eu sofri por
você.
Provavelmente você nunca verá este texto, como viu os
anteriores, e se ler? Provavelmente já não se lembrará de mim, mas caso se
lembre, saiba, não dói mais, não choro mais, hoje os textos que escrevi com
tanto sentimento, são apenas sentimentos escritos, trazem em mim a mesma reação
que textos de desconhecidos, uma leve lembrança sobre o que é aquilo que está
descrito, mas, não mais que isso, você ficou no meu passado e a frase que eu
dizia que era inútil se tornou realidade, tudo passa, às vezes lentamente, mas
passa e você ficou para traz, junto com os textos e as memorias.
Eu, Tati, comigo mesmo